Quem somos – ABPJ

Nossa História

A Psicologia Jurídica, como campo de conhecimento e de pesquisa, já existia no Brasil antes mesmo da regulamentação da profissão de Psicólogo, sendo este o marco que possibilitou a inserção oficial destes profissionais nas instituições jurídicas. No entanto, foi apenas na década de 1990 que se iniciou um movimento no sentido de organizar os psicólogos em uma associação de nível nacional. Nesta época, outros países da América Latina também vinham numa crescente mobilização e a criação da Associação Ibero-americana de Psicologia Jurídica (AIPJ) na Argentina foi determinante para a mobilização em nosso país.

Em 1992 psicólogos do Sistema Penitenciário de São Paulo passaram a organizar-se internamente e algum tempo depois o próprio CRP 06 passou ampliar o nível de discussão de forma a integrar aqueles profissionais que trabalhavam nas Varas de Família e da Infância e Juventude. Profissionais que atuavam na área da Psicologia Jurídica participaram da IV Conferência Européia de Psicologia e Lei, em Barcelona (1994), trazendo informações de como este campo estava organizado na Europa. No ano seguinte um número maior de psicólogos participou do I Congresso Ibero-americano de Psicologia Jurídica ocorrido no Chile (1995). Fátima França e Rosalice Lopes, representando a Secretaria da Administração Penitenciária, e Dayse César Franco Bernardi do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo participaram deste evento já com a intenção de sediar este tipo de Congresso em nosso país. Fátima França foi eleita representante do Brasil junto a AIPJ e, chegando ao país, organizou uma Comissão para preparar o III Congresso Ibero-americano de Psicologia Jurídica. Fizeram parte desta Comissão Organizadora: Margarida Calligaris Mamede, Cláudia Anaf, Dayse César Franco Bernardi, Rosalice Lopes, Fátima França, Fernanda Lou Sans Magano e Magda Melão. Este grupo de psicólogos passou a ter o apoio do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo.

A partir desta organização inicial passaram a ocorrer inúmeros eventos no Brasil. Entre 1996 e 1997 foram realizados encontros nacionais em São Paulo e Rio Grande do Sul e outros eventos em Minas Gerais e Bahia. A organização ampliou-se com representações regionais até que, em uma das reuniões da Comissão Organizadora do Congresso, o psicólogo baiano Domingos Barreto propôs a criação da ABPJ – oficializada através de uma ata de fundação realizada em 15 de março de 1997. Um mês após, mais de 15 psicólogos jurídicos do Brasil participaram do II Congresso Ibero-americano de Psicologia Jurídica em Cuba, garantindo a vinda do congresso seguinte para o Brasil. Neste encontro Dayse César Franco Bernardi foi eleita representante da AIPJ.

Reunião da Associação ibero-americana de Psicologia Jurídica para organização do III Congresso Ibero-americano de Psicologia Jurídica e fundação da Associação Brasileira de Psicologia Jurídica, em 15/03/1997. Psicólogos Participantes: Margarida Calligaris Mamede – SP; Fátima França-SP, Rosalice Lopes –SP e Nara Silveira Berlim-RJ. Posteriomente participaram da reunião o psicólogo Alvino Augusto de Sá e a antropóloga Ana Maria Mayer-Singule.

Após a reunião de fundação da ABPJ foram convidados psicólogos jurídicos que se destacavam na área para comporem a mesma como membros fundadores e ocuparem cargos na diretoria da entidade, como Dayse César Franco Bernardi e Anna Christina Motta Pacheco Cardoso de Mello. Da mesma forma, foram convidados psicólogos para representarem diversas regiões do país: Sônia Liane R. Rovinski – RS, Leila Maria Torraca de Brito – RJ, Helena Ribeiro – PE e Maria Teresa Claro Gonzaga – PR.

Em 1998 deu-se a formalização da ABPJ no país com o ingresso da mesma no Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira. No ano seguinte, a ABPJ realizou em conjunto com a Universidade Presbiteriana Mackenzie o III Congresso Ibero-americano de Psicologia Jurídica. Um apoio que foi determinante para que este evento pudesse ocorrer aqui no Brasil foi dado pela primeira representante do Brasil junto a AIPJ, Profª Drª Tânia Vaisberg, do IPUSP. Foram também entidades apoiadoras: o Conselho Federal de Psicologia, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a Universidade Estadual de Maringá, dentre outras organizações. O evento reuniu centenas de profissionais da área da Psicologia Jurídica do Brasil e de outros países, principalmente da América Latina. Em 2000 ocorreu a publicação dos Anais do Congresso.

Após este evento nacional a ABPJ não conseguiu retomar sua organização administrativa, através de novas gestões. Passou a ser representada frente ao Fórum de entidade pela Presidente Fátima França, que também manteve o compromisso de representá-la em eventos nacionais. Foi criada uma lista de discussão na internet onde psicólogos interessados mantiveram-se em comunicação trocando informações. De forma mais recente (2008) foi retomada a necessidade de reformulação administrativa, inclusive com o apoio inicial do Conselho Federal de Psicologia, criando-se um Grupo Gestor Intermediário para mobilizar a categoria em torno do debate da Psicologia Jurídica e da reorganização da ABPJ. Este grupo gestor foi formado pelos psicólogos: Álvaro Junior, Fátima França, Luis Fernando Galvão, Odilza Lines, Rodrigo Oliveira, Rosalice Lopes, Sonia Liane R. Rovinski e Valdirene Daufemback. Encontros regionais foram programados. Em abril de 2009 realizou-se em Porto Alegre o I Simpósio Sulbrasileiro de Psicologia Jurídica, com Assembléia da ABPJ, onde foi eleita nova diretoria com representantes para todas as regiões do país. A nova Executiva da ABPJ, constituída pelo Presidente Roberto Cruz, Secretária Vivian de Medeiros Lago, Tesoureira Fernanda Graudenz Müller e Diretora Científica Sonia Liane R. Rovinski, assumiu a entidade com o objetivo de reorganizá-la administrativamente, de forma a abrir inscrições para a participação dos psicólogos, retomar questões importantes quanto a ética e metodologia de atuação profissional, e garantir a realização de um novo evento nacional em abril de 2011 – com a retomada do processo eleitoral sistemático a cada dois anos.

Reunião da Associação ibero-americana de Psicologia Jurídica para organização do III Congresso Ibero-americano de Psicologia Jurídica e fundação da Associação Brasileira de Psicologia Jurídica, em 15/03/1997. Psicólogos Participantes: Magda Jorge Ribeiro Melão; Cláudia Anaf, Kássia P.C. Barros, Domingos B. de Araújo e Fernanda Lou Sans Magano.

As Gestões ao longo do tempo